terça-feira, 13 de dezembro de 2011

À flor da pele

Como diria Zeca Baleiro:"ando tão à flor da pele":... Qualquer coisa me faz chorar. Lembro que quando pequena minha mãe tinha uma xícara de porcelana chinesa. Quando se olhava o fundo era tão fina, mas tão fina que se via o rosto de uma chinesa. Eu tinha medo de pegar na xícara e ela se despedaçar entre meus dedos. Hoje me sinto assim, como aquela xícara, fina,frágil, delicada.Pele de ovo!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Exame de AIDS

...e os dias foram passando... Não conseguia dormir, noite após noite. Tomava algum remédio mas não persistia por medo de ficar dependente. Fui ao meu ginecologista e foi aquele vexame! Uma consulta regada a muitas lágrimas, eu grudada na mão dele, ele carinhoso mas tenso com aquela situação. Rasguei o coração, contei tudo, fiz dele meu psicólogo. Pedi para fazer todos os exames do mundo. Saí da consulta mais aliviada. Fiz logo os exames e quando fui buscá-los quase tive um enfarte. Quando cheguei no laboratório a atendente pediu que eu esperasse porque meus exames estavam bloqueados. Imediatamente comecei a achar que a retenção era porque eu tinha AIDS, que viria um psicólogo para conversar comigo. Momentos de pavor, não aguentei e chamei minha filha que estava no carro. Dividi tudo com ela e chorei muito. Já me considerava contaminada e queria matar o fdp. Provavelmente, nem tanto tempo se passou o que para mim parecia a eternidade, quando chega uma mocinha com os resultados. Abri tudo ali mesmo e respirei aliviada.  Tudo bem, tudo certo, tudo ÓTIMO!!! Foi um dia até feliz, fui às compras com minha filha e as amigas dela, fui ao salão fazer as unhas. Parecia que tudo ia dar certo, que eu estava bem, mas...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O começo

Toda história tem um começo, um meio e um fim. A minha ainda está no começo ou no meio, mas já está cheia de histórias. Histórias dentro de uma história. Começou com meu marido saindo de casa, colocando em mim toda a culpa do fracasso do casamento (ainda coloca!). Eu desorientei, mas achei que era só um rompante, que em alguns dias ele voltaria. Assustada, mas confiante no "nosso amor". Nos casamos muito novos, ele com 23 eu com 22 anos e nos criamos dentro desse casamento. Não sabia e ainda não sei viver de outra forma. No fim de semana descobri que não era eu a culpada, mas sim um caso já longo dele com outra pessoa. Não que eu não tivesse culpa e ele também, mas o motivo era esse...

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Resposta

Querido anônimo,
o fim de um longo casamento ou de qualquer relacionamento é como o luto. Precisa sim ser vivido, doído, purgado. Chorar faz bem, limpa a alma, desmancha a angústia. Acho que chorei pouco, que tenho chorado cada vez menos. Mas continuo lamentando o fim não do que foi, mas do que poderia ter sido. Se chega? Às vezes acho que sim. Mas tem outros dias que volta tudo de novo. Não mando em meus sentimentos, quem dera acordar e dizer passou, tô pronta pra outra! Mas não é assim... Sei que disso não morro, ninguém morre. Mas há que se viver a dor para renascer. E acredito neste renascimento, nesta completude que me aguarda. Quanto a me amar é uma coisa que estou aprendendo. Incrível como não sei fazer isso. Aliás sei, mas é que a bordoada foi tão forte que estou ainda tonta. Aos poucos vou retornando. Sei o tanto que já estou melhor. Não, a minha autenticidade, a minha resolução e a minha confiança não foram embora com as gorduras. Por acaso elas até aumentaram, mas o momento é este e não tem como fugir. Não adianta fingir que está tudo bem quando não está. Mas vai ficar. E sim, estou aberta para o novo, para o belo, para o bom. Tudo a seu tempo...

Meu querer

Os dias vão passando... inacreditavelmente os dias passam. Mais suaves, menos desesperadores. Eu numa busca louca por algum sentido. Rezei muito e muito por esses dias. Diminui um pouco,mas continuo rezando. A oração acalma. Mas ainda não me encontrei. Uma certeza enorme dentro de mim que ele já está voltando. Para que? Não sei responder. Talvez para satisfazer meu ego, mas que importância teria isso frente a enormidade da questão? Mas quero!!! Coisas de menina mimada, que querer se sentir amada.Todos falam que estou melhor agora, que agora sim tenho uma verdadeira chance de ser feliz. Vem de pessoas tão próximas, tão queridas, mas ainda não acredito. Faz falta a presença dele, as risadas, os telefonemas. Faz falta ter alguém que foi meu por tanto tempo. Foi?

domingo, 7 de agosto de 2011

Seguindo em frente

Se estou bem? Já estive pior. Melhor vou ficando com a passagem do tempo, que como nunca tem custado muito a passar. Não sei quanto tempo dura essa dor, mas a angústia tem diminuído. Tenho agora que esquecer dele, não procurar mais saber tanto, ir em frente esquecendo o que ficou para trás. Deixar de fantasiar o presente e ir vivendo mansamente o agora. Difícil é ficar noites sem dormir. É o que é mais difícil hoje. Não quero mais ter esperança de alguma volta, porque tenho descoberto coisas que realmente se eu for olhar pelo lado da razão, não servem para mim. Tenho que aprender a me amar e respeitar e também a não temer tanto o futuro. Ainda continuo querendo que ele se ferre, que se arrependa. Não sei mesmo o que faria se ele voltasse agora. Melhor não. O melhor agora é ir em frente...

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Se...

Se ele voltasse agora...
...eu não o quereria de volta. Não confiaria, não acreditaria. Principalmente não passaria por cima de mim.
Se ele voltasse agora...
...eu ficaria feliz por ter razão. E aí? De que vale ter razão?
Se ele voltasse agora...
...eu provavelmente aceitaria e ficaria morta de vergonha por não me respeitar, não me amar e não me dar o devido valor.
Se ele voltasse agora...
...me tornaria uma mulherzinha capacho, atendendo e fazendo todas as vontades dele. Me anularia por quanto tempo, vivendo uma ilusão temporária?
Se ele voltasse agora...
...eu temeria por demais o futuro. Sempre a espera de mais uma vez a história se repetir.
Se ele voltasse agora...
...como encarar os amigos, a família e principalmente os nossos filhos?
Se ele voltasse agora...
...eu ficaria contente por ter certeza de ser amada. Erradamente amada. Esse amor serve para mim? É isso o que quero para mim?
Se ele voltasse agora...
...cessaria a dor que estou passando. Mas outras viriam. A dor da desconfiança, da anulação. Engolir sapos gigantes, dar o que não se quer da maneira que não se tem vontade.
Se ele voltasse agora...
...porque eu quero que ele volte?

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Boiando

Hoje mais tranquila... se pudesse segurava esse sentimento com todas a garra e não deixava mais ele ir. Sentir bem! Sem a dor insuportável da angústia no peito, sem o medo, sem a neurose do que ele estará fazendo, sem pensar no futuro tão negramente. Assim, bem comigo mesma. Ainda a vontade da vida ir mais depressa, de estar num tempo em que me sinta confortável. Ainda triste. Ainda com medo. Ainda querendo uma possível volta de um jeito totalmente novo. Mas mesmo assim, por agora estou bem. Querendo desesperadamente achar algo ou alguma coisa que me faça acreditar. Achar a tão esperada luz dentro de mim. Me perceber como ser, me conhecer. Crer. Por enquanto, só boiar e boiar... com certeza em algum lugar eu vou parar!!!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Palavras

Colocando em palavras os sentimentos que me atormenta. Toda hora tenho vontade de escrever alguma coisa aqui. E vou! É meu este lugar... A Terapeuta ontem me indicou um floral indicado para traumas. Qualquer trauma da alma ou do físico. Tenho me afogado nele. Gotas e mais gotas. Melhoro um pouquinho, desabo novamente. A angústia no peito é uma dor beirando o insuportável. Agora, por exemplo. Vontade de enfiar a mão dentro do peito e arrancá-la. O não dormir é outra coisa que tem me deixado totalmente fora do prumo (como se ainda precisasse de mais alguma coisa para isso). Tenho tomado um remédio para dormir, mas vivo com medo de me tornar dependente dele. Acho que nesse momento é importante, mas acho também importante encarar de frente logo tudo para ver se passa mais depressa. Ando sonhando com o que me dizem: um lindo pote de ouro no final dessa estrada. Eu dona de mim, inteira, completa. Feliz comigo mesma e sem precisar de mais ninguém que, acredito hoje, pode me completar!

Se mudar mudasse

Penso às vezes em sair de onde moro. Nunca senti que esse lugar fosse meu. Acho que no princípio até sentia. Depois foi ficando sempre como o apartamento dele, dos pais dele. E assim deixei a casa de lado... Ultimamente tenho querido a casa de minha mãe. Voltar para lá por uns tempos, mudar, sumir daqui. Necessidade de ser cuidada, tratada. Vontade de ficar deitada quietinha, sem fazer nada, sem ter obrigação alguma. E necessidade extrema de contato físico, de calor humano, de abraço. Eu, que nunca gostei de beijinhos e abraços em parentes e amigos, me vejo agora agarrando todo mundo, prolongando por mais um pouquinho qualquer cumprimento que recebo. Carência!!! E muita putidão também. Não quero ser coitada, não quero prolongar a dor mas a única coisa que faço é isso. Alimento-a a todo momento com lembranças do passado e previsões sombrias de futuro. Questiono a minha fé e a existência de Deus. Desconfio de todos e tudo!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Porque de mim nada sei...

Porque não sei de mim, de mim nada sei. Não sei quem sou, não sei o que quero, não tenho nenhum objetivo que não seja me curar. Curar essa dor, voltar a ser feliz. Ver os dias com cores mais alegres que esses nublados por aqui. Ir a terapia hoje me fez bem, mas ainda não me fez acreditar ainda em mim. Continuo querendo saber dele, vivendo pelo dia em que ele virá conversar comigo e se desculpar. E me pergunto: e se esse dia chegar? Se fosse hoje esse dia eu o quereria de volta? Acho que não. Não sem antes fazê-lo sofrer e pensar. Queria que ele acordasse e sofresse, purgasse a dor, as mágoas, os ressentimentos. Assim como eu tento fazer e não tenho conseguido. Como a perda só nos faz penar pelo que perdemos de bom... esqueci que já preferia os dias sem ele, que amava a solidão temporária. Esqueci dos incômodos de uma vida a dois, aquelas coisinhas pequenas e irritantes do outro. Esqueci que a companhia dele e nossas saídas quase sempre já não eram prazerosas. Esqueci a dor maior que ele me fez sofrer. Esqueci o quão pequena eu tenho sido, sufocada pelo peso de assumir essa relação tão tumultuada. Me apego no bom pai, no homem educado e carinhoso, sensível ao extremo. No sexo tantas vezes evitado por mim e que agora me faz tanta falta. Na química total e completa de nós dois. Será que era?

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Como uma onda no mar...

Me foi dito que o que estou passando é assim como um naufrágio. Mais: um naufrágio numa enorme tempestade em alto mar. De repente vem uma onda enorme e me engole. Vou para o fundo, tudo rodando, uma enorme angústia, vontade de desistir e me deixar levar. Passa e consigo respirar. Daqui a pouco outra onda, mais uma reviravolta. Volto a respirar. Tenho notado que as ondas estão se espaçando e diminuindo de intensidade. Ainda me afogo em muita tristeza e angústia. Tenho dias melhores em que morro de medo do dia seguinte. Mas sinto que já estou perto da areia. Não sei ainda se o que vislumbro é mera miragem ou se a realidade. Mas vou nadando...

domingo, 10 de julho de 2011

Triste

Ontem a noite uma falsa euforia tomou conta de mim. Senti assim como se já tivesse passado o pior. Falsa impressão. Hoje foi o pior dia de todos desde o acontecido. Uma palavra me resume: triste!!!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Benjamin Button

Penso que o término de um grande amor é como uma morte ao contrário. Na hora em que percebi com toda clareza o fato, na hora que entendi tudo, morri! Meu coração parou de bater, faltou-me o ar, meu corpo todo enrijeceu. No próximo instante uma dor alucinante, uma angústia desmedida, um medo aterrorizante do que iria me acontecer. Passado alguns dias, sou hoje uma doente terminal. Assim como no filme de Benjamin Button, vivo ao contrário. Espero os dias de melhoras, seguidos pelos de pioras, aquele vai e vem dos muito doentes. Depois sei que virão os dias de doentezinha: febrículas, desânimo, dores pequenas, aquela não certeza de se estar doente. Para, enfim, ficar saudável... carregando apenas um enorme cicatriz.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Minha maior dor do mundo

Já senti dores terríveis. Dor de dente, dor do parto, dor das pedras nos rins. Nunca uma dor como essa...
Já quebrei o dente, quebrei o dedo, quebrei a cara. Mas como se cola um coração quebrado? Já gritei, me descabelei, falei com amigos até a boca secar. Mas a dor não seca. E nem diminui. Se pudesse descrever em uma palavra: DESESPERO!!! Tudo em mim grita por socorro. Cada pedacinho de mim dói. O coração explode de tanta angústia. E o medo. Medo de acordar, de não dormir, de ficar só, do futuro, do passado falso.  Vontade de dormir e não acordar. Todos me falam que vai passar. Que amanhã será sempre melhor que hoje, mas ainda não é. Acho que não tenho mais lágrimas, mas elas vem a todo momento. Emoção com amigos, com músicas, com detalhes tão pequenos que já foram de nós dois (desculpe, Roberto!). E a tristeza maior: saber que não há volta. Que não posso querer para mim alguém que não vai mudar, que tentar de novo será mais uma vez sofrer a mesma tristeza e humilhação. E como eu queria!!!!!!!!!!!!!!