sexta-feira, 29 de julho de 2011

Se...

Se ele voltasse agora...
...eu não o quereria de volta. Não confiaria, não acreditaria. Principalmente não passaria por cima de mim.
Se ele voltasse agora...
...eu ficaria feliz por ter razão. E aí? De que vale ter razão?
Se ele voltasse agora...
...eu provavelmente aceitaria e ficaria morta de vergonha por não me respeitar, não me amar e não me dar o devido valor.
Se ele voltasse agora...
...me tornaria uma mulherzinha capacho, atendendo e fazendo todas as vontades dele. Me anularia por quanto tempo, vivendo uma ilusão temporária?
Se ele voltasse agora...
...eu temeria por demais o futuro. Sempre a espera de mais uma vez a história se repetir.
Se ele voltasse agora...
...como encarar os amigos, a família e principalmente os nossos filhos?
Se ele voltasse agora...
...eu ficaria contente por ter certeza de ser amada. Erradamente amada. Esse amor serve para mim? É isso o que quero para mim?
Se ele voltasse agora...
...cessaria a dor que estou passando. Mas outras viriam. A dor da desconfiança, da anulação. Engolir sapos gigantes, dar o que não se quer da maneira que não se tem vontade.
Se ele voltasse agora...
...porque eu quero que ele volte?

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Boiando

Hoje mais tranquila... se pudesse segurava esse sentimento com todas a garra e não deixava mais ele ir. Sentir bem! Sem a dor insuportável da angústia no peito, sem o medo, sem a neurose do que ele estará fazendo, sem pensar no futuro tão negramente. Assim, bem comigo mesma. Ainda a vontade da vida ir mais depressa, de estar num tempo em que me sinta confortável. Ainda triste. Ainda com medo. Ainda querendo uma possível volta de um jeito totalmente novo. Mas mesmo assim, por agora estou bem. Querendo desesperadamente achar algo ou alguma coisa que me faça acreditar. Achar a tão esperada luz dentro de mim. Me perceber como ser, me conhecer. Crer. Por enquanto, só boiar e boiar... com certeza em algum lugar eu vou parar!!!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Palavras

Colocando em palavras os sentimentos que me atormenta. Toda hora tenho vontade de escrever alguma coisa aqui. E vou! É meu este lugar... A Terapeuta ontem me indicou um floral indicado para traumas. Qualquer trauma da alma ou do físico. Tenho me afogado nele. Gotas e mais gotas. Melhoro um pouquinho, desabo novamente. A angústia no peito é uma dor beirando o insuportável. Agora, por exemplo. Vontade de enfiar a mão dentro do peito e arrancá-la. O não dormir é outra coisa que tem me deixado totalmente fora do prumo (como se ainda precisasse de mais alguma coisa para isso). Tenho tomado um remédio para dormir, mas vivo com medo de me tornar dependente dele. Acho que nesse momento é importante, mas acho também importante encarar de frente logo tudo para ver se passa mais depressa. Ando sonhando com o que me dizem: um lindo pote de ouro no final dessa estrada. Eu dona de mim, inteira, completa. Feliz comigo mesma e sem precisar de mais ninguém que, acredito hoje, pode me completar!

Se mudar mudasse

Penso às vezes em sair de onde moro. Nunca senti que esse lugar fosse meu. Acho que no princípio até sentia. Depois foi ficando sempre como o apartamento dele, dos pais dele. E assim deixei a casa de lado... Ultimamente tenho querido a casa de minha mãe. Voltar para lá por uns tempos, mudar, sumir daqui. Necessidade de ser cuidada, tratada. Vontade de ficar deitada quietinha, sem fazer nada, sem ter obrigação alguma. E necessidade extrema de contato físico, de calor humano, de abraço. Eu, que nunca gostei de beijinhos e abraços em parentes e amigos, me vejo agora agarrando todo mundo, prolongando por mais um pouquinho qualquer cumprimento que recebo. Carência!!! E muita putidão também. Não quero ser coitada, não quero prolongar a dor mas a única coisa que faço é isso. Alimento-a a todo momento com lembranças do passado e previsões sombrias de futuro. Questiono a minha fé e a existência de Deus. Desconfio de todos e tudo!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Porque de mim nada sei...

Porque não sei de mim, de mim nada sei. Não sei quem sou, não sei o que quero, não tenho nenhum objetivo que não seja me curar. Curar essa dor, voltar a ser feliz. Ver os dias com cores mais alegres que esses nublados por aqui. Ir a terapia hoje me fez bem, mas ainda não me fez acreditar ainda em mim. Continuo querendo saber dele, vivendo pelo dia em que ele virá conversar comigo e se desculpar. E me pergunto: e se esse dia chegar? Se fosse hoje esse dia eu o quereria de volta? Acho que não. Não sem antes fazê-lo sofrer e pensar. Queria que ele acordasse e sofresse, purgasse a dor, as mágoas, os ressentimentos. Assim como eu tento fazer e não tenho conseguido. Como a perda só nos faz penar pelo que perdemos de bom... esqueci que já preferia os dias sem ele, que amava a solidão temporária. Esqueci dos incômodos de uma vida a dois, aquelas coisinhas pequenas e irritantes do outro. Esqueci que a companhia dele e nossas saídas quase sempre já não eram prazerosas. Esqueci a dor maior que ele me fez sofrer. Esqueci o quão pequena eu tenho sido, sufocada pelo peso de assumir essa relação tão tumultuada. Me apego no bom pai, no homem educado e carinhoso, sensível ao extremo. No sexo tantas vezes evitado por mim e que agora me faz tanta falta. Na química total e completa de nós dois. Será que era?

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Como uma onda no mar...

Me foi dito que o que estou passando é assim como um naufrágio. Mais: um naufrágio numa enorme tempestade em alto mar. De repente vem uma onda enorme e me engole. Vou para o fundo, tudo rodando, uma enorme angústia, vontade de desistir e me deixar levar. Passa e consigo respirar. Daqui a pouco outra onda, mais uma reviravolta. Volto a respirar. Tenho notado que as ondas estão se espaçando e diminuindo de intensidade. Ainda me afogo em muita tristeza e angústia. Tenho dias melhores em que morro de medo do dia seguinte. Mas sinto que já estou perto da areia. Não sei ainda se o que vislumbro é mera miragem ou se a realidade. Mas vou nadando...

domingo, 10 de julho de 2011

Triste

Ontem a noite uma falsa euforia tomou conta de mim. Senti assim como se já tivesse passado o pior. Falsa impressão. Hoje foi o pior dia de todos desde o acontecido. Uma palavra me resume: triste!!!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Benjamin Button

Penso que o término de um grande amor é como uma morte ao contrário. Na hora em que percebi com toda clareza o fato, na hora que entendi tudo, morri! Meu coração parou de bater, faltou-me o ar, meu corpo todo enrijeceu. No próximo instante uma dor alucinante, uma angústia desmedida, um medo aterrorizante do que iria me acontecer. Passado alguns dias, sou hoje uma doente terminal. Assim como no filme de Benjamin Button, vivo ao contrário. Espero os dias de melhoras, seguidos pelos de pioras, aquele vai e vem dos muito doentes. Depois sei que virão os dias de doentezinha: febrículas, desânimo, dores pequenas, aquela não certeza de se estar doente. Para, enfim, ficar saudável... carregando apenas um enorme cicatriz.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Minha maior dor do mundo

Já senti dores terríveis. Dor de dente, dor do parto, dor das pedras nos rins. Nunca uma dor como essa...
Já quebrei o dente, quebrei o dedo, quebrei a cara. Mas como se cola um coração quebrado? Já gritei, me descabelei, falei com amigos até a boca secar. Mas a dor não seca. E nem diminui. Se pudesse descrever em uma palavra: DESESPERO!!! Tudo em mim grita por socorro. Cada pedacinho de mim dói. O coração explode de tanta angústia. E o medo. Medo de acordar, de não dormir, de ficar só, do futuro, do passado falso.  Vontade de dormir e não acordar. Todos me falam que vai passar. Que amanhã será sempre melhor que hoje, mas ainda não é. Acho que não tenho mais lágrimas, mas elas vem a todo momento. Emoção com amigos, com músicas, com detalhes tão pequenos que já foram de nós dois (desculpe, Roberto!). E a tristeza maior: saber que não há volta. Que não posso querer para mim alguém que não vai mudar, que tentar de novo será mais uma vez sofrer a mesma tristeza e humilhação. E como eu queria!!!!!!!!!!!!!!